Uma História não contada. Negro, racismo e trabalho no pós-abolição em São Paulo (1889-1930)

Nesta dissertação, reconstruímos a história do negro em São Paulo no pós-abolição (1889-1930), centrado, fundamentalmente, em três questões: a) o racismo e as relações de trabalho; b) o projeto de branqueamento e c) o "mundo dos negros". Primeiro, sustentamos que o racismo anti-negro à paulista era de gênero especial, denominado segregacionista e costumeiro, assim como explicamos de que maneira o racismo foi um fator decisivo para a exclusão dos ex-escravos e de seus descendentes do mercado de trabalho livre. Segundo, abordamos, de um lado, no que consistia o ideal de branqueamento em São Paulo e da nação, e de outro, como frações da população negra introjetaram os valores deste ideal. Terceiro, apontamos como os negros ainda conseguiram resistir a todos os infortúnios de ordem existencial, moral e social, desenvolvendo seu próprio "mundo", com elevado grau de organização comunitária e consciência racial.