Universidade: a misoginia em desconstrução. Gênero e poder na Universidade do Estado do Rio de Janeiro

O estudo teve por objetivo fundamental compreender porque as instâncias de poder da Universidade permanecem, até a virada do milênio, ainda um espaço hegemonicamente masculino. Partiu da análise e do mapeamento dos espaços do poder, do saber e do traçado das trajetórias de homens e mulheres-docentes em um cenário todo especial : a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, transformada em 'locus' da pesquisa. Nela buscou-se desvendar, através do recorte do gênero, porque homens e mulheres-docentes ascendem, em condições desiguais, dentro desse cenário institucional. Buscou, ainda, esclarecer como se cristalizaram, nesse espaço, as representações sobre as mulheres e seus pares masculinos, e como tais questões interferem na vida desses profissionais. Na análise das trajetórias de homens e mulheres-docentes que habitam essa Academia, buscou-se explicitar qual o papel dos processos eleitorais e da titulação docente na escalada do poder. Através dos depoimentos prestados pelos docentes captou-se a relação existente entre saber x poder x gênero, permitindo compreender a forma pela qual as mulheres vêm descontruindo permanências através de mecanismos de ruptura com o 'status quo'.