À luz do mar aceso: um estudo das relações entre memória individual e memória histórica em sinais de fogo, de Jorge de Sena

Ano
2002
Autor
AMORIM, Orlando Nunes de
Grau
Doutorado
Orientador
GOMES, Álvaro Cardoso
Páginas
260
Resumo
O presente trabalho constitui uma primeira tentativa de aproximação crítica integralmente dedicada ao romance Sinais de fogo, de Jorge de Sena, escrito nos anos 1960 e publicado postumamente em 1979. Seu propósito principal é demonstrar como se dão as relações e a interpenetração entre experiência individual e experiência coletiva, entre memória individual e memória histórica, entre a história do protagonista do romance e a História de Portugal no momento em que a primeira se desenrola. Depois de situar Sinais de fogo no contexto da obra de ficção de Jorge de Sena, ressaltando o processo rememorativo segundo o qual parte dela é elaborada, e também de apresentar a gênese do romance, o estudo discute as relações entre autobiografia e ficção, que se evidenciam precisamente porque o romance empresta elementos tanto da narrativa autobiográfica quanto do chamado romance de formação, para construir um texto que mescla história individual e história coletiva. Em seguida, acentua que essa autobiografia fictícia, mesmo mantendo laços com o romance psicológico da primeira metade do século XX, apresenta-se como paródia do Bildungsroman, justamente porque situa o protagonista em uma situação-limite, em um momento de crise: crise pessoal e crise histórica; termina por tratar da progressiva compreensão da interpenetração das experiências que o protagonista adquire, e o transforma assim em poeta.
Tombo
5925N
Volumes
1
Departamento
Letras Clássicas e Vernáculas
Programa
Literatura Portuguesa
Unidade USP
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas